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  • Foto do escritorSaulo Rocha

SETEMBRO AMARELO: MÊS DA CONSCIENTIZAÇÃO AO SUICÍDIO

Atualizado: 20 de nov. de 2020


Setembro Amarelo: mês da conscientização ao suicídio

A vida é um bem que o próprio cidadão e a sociedade, ao menos em tese, tentam preservar. Mesmo em situações limítrofes muitos indivíduos não abandonam o desejo de viver, agarrando-se a todas e quaisquer possibilidade de viver. Estas pessoas esgotam todas as possibilidades na esperança de que sua saúde prevaleça, assegurando a garantia que a vida seja restituída. Em contra partida, o suicídio contraria todos estes princípios.

Neste texto, movido por causa da grande repercussão do suicídio nos dias hodiernos e também por causa do seu crescente número nas grandes cidades e centros urbanos, traz à tona a preocupação de nós, psicólogos, profissionais que cuidam da saúde mental e do bem estar coletivo, realizarmos ações que tangenciem este fenômeno tão gritante dentro da nossa realidade social.

Para tanto, este texto segue com informações e dica de como você pode e deve lidar com uma pessoa que tenha algum sofrimento existencial tão forte que pense em tirar sua própria vida.

O Suicídio

Com uma sensação de desespero que beira o insuportável; um sofrimento emocional dilacerante; uma dor que parece incomunicável; uma solidão que por mais que tente expressar a alguém, ninguém parece escutá-lo ou compreendê-lo, a vida perde o sentido: o mundo fica insosso e a possibilidade de acordar num mundo totalmente diferente, no qual suas necessidades sejam saciadas e a pessoa se sinta outra, é o passaporte para muitas pessoas pensarem no suicídio.

Do vocábulo latino, sui (de si mesmo) e cidium (morte, assassínio), suicida é compreendido como o sujeito que tenta assassinar sua própria vida, provocando falência corporal por autoindução.

O suicídio agride, estarrece e silencia. Continua sendo um tabu, motivo de vergonha ou condenação, sinônimo de loucura, assunto proibido na conversa com filhos, pais, amigos e até mesmo com o terapeuta. Mas as estatísticas mostram que o suicídio precisa, sim, ser discutido.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), registra suicídios a partir dos cinco anos de idade, o que é bastante alarmante, uma vez que nesta idade as crianças estão em pleno desenvolvimento cognitivo e emocional, o que causa espanto pensar no suicídio como uma intencionalidade ou alternativa para o seu sofrimentos.


Ocupando o quarto lugar no ranking mundial de causa de mortes entre pessoas de 15 e 46 anos, o suicídio ultrapassa a marca de mais de 1 milhão de vidas por ano. Esse número expressa algo em torno de 1 morte a cada 40 segundos. Nos adolescentes não é diferente. A taxa de suicídios dos menores entre 10 e 14 anos aumentou 40% nos últimos 10 anos e 33% entre aqueles com idades entre 15 e 19 anos, segundo o Mapa da Violência 2014.

Todos os dias 28 brasileiros se suicidam e, para cada morte há 10 e 20 tentativas.

Como identificar alguém com comportamento suicida?


A seguir, elencamos alguns comportamentos que podem portar as pessoas que pensam em tirar a própria vida.

1.Frases alarmantes

Existe um mito que diz que pessoas que desejam tirar a própria vidaa não passa, na verdade, de histeria e uma necessidade de chamar atenção. Não é bem assim. Dizer: “, são na verdade pedidos de ajuda. Nestes casos, se você ouvir uma destas falas, preste atenção. Isto pode ser um pedido de socorro.

2. Mudanças repentinas

Na vida todos mudam. Uns tem uma facilidade maior de lidar com a transitoriedade dos acontecimentos, com as perdas e com as transformações. Mas algumas mudanças podem ser traumáticas para alguns. Uma pessoa que já tenha inclinação para a introversão ou depressão pode fazer uma leitura muito negativa de determinadas situações, não sabendo lidar com a circunstância momentânea, logo estas pessoas terão dificuldades de encarar situações inesperadas. Fique atento para comportamentos desinteressados e de desistência de atividades que antes traziam prazer. É um momento de chegar perto e mostrar empatia, sem ser invasivo. Dividir a dor pode ser uma forma de aliviá-la e entende-la melhor.

3. Depressão severa

Os estudos apontam que apenas 15% dos gravemente deprimidos vão se suicidar. De qualquer modo, deve-se ficar atento quando a pessoa mostra baixo investimento pela vida e zero interesse nos outros. Para o deprimido grave, a vida passa a não ter sentido algum, a motivação de seguir em frente é nula, os motivos para continuar vivendo são zero. Nestes casos, um alerta importante deve ser acionado.

4. Picos de alegria.

Muitos depressivos saem da sua zona de tristeza como uma tentativa de mascarar aos próximos sua tristeza e desmotivação. Não é raro algum suicida fingir uma melhora súbita e logo em seguida despistar os próximos para cometer o atentado contra sua própria vida.

Como posso me comunicar com um suicida?

Existe algumas informações importantes para aqueles que desejam se instrumentalizar de melhores mecanismos para lidar com os que sofrem e se colocam numa situação de ceifar a própria vida. A seguir seguem alguns elementos a serem apreciados.


1. Ouça atentamente

Ouvir empaticamente hoje em dia é algo raro. Geralmente as pessoas se comunicam já pensando em qual frase ou fala irá seguir diálogo. Pensar assim é deixar passar vários elementos importantes daquele a que se presta a falar. Nestes momentos escute atentamente, procurando entender a dor do outro de modo a não subestimá-la, nem tentar diminuí-la.

2. Compreenda os sentimentos e dê sinais de atenção e respeito

Compreender no outro os sentimentos que ele desperta é uma forma terapêutica de estar junto e dividir a sobrecarga a qual este carrega. Mostre que não é uma conversa qualquer, ao contrário, demonstre preocupação e respeito por sua situação.

3.Mantenha a calma.

Não é raro ver pessoas que em situações difíceis perdem a capacidade emocional e a temperança, tornando a situação ainda mais delicada. Nesta situações, o melhor a fazer é manter a calma e transmitir serenidade àquele que sofre.

4.Encaminhe para um auxílio profissional

Muitas pessoas acreditam que podem lidar com a dor do outro, motivo pelo qual existem tantas pessoas que se consideram peritos em “resolver” problemas alheios, mas péssimas em resolver os seus. A melhor forma de auxiliar uma pessoa que sofre, tem depressão ou pensamentos suicidas é encaminhar para um profissional adequado. Iniciar uma psicoterapia e um acompanhamento psiquiátrico são as melhores indicações.

Lembre-se: quando o indivíduo busca o suicídio como alternativa para os devaneios e sofrimentos existenciais, esse alguém padece emocionalmente em níveis sequer suportáveis.

 

Saulo Rocha – Psicólogo Clínico.

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